segunda-feira, 21 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Quanto mais verdade, menos verdade
Parto da mesma visão de Górgias sobre a Verdade: é única e absoluta e jamais poderá ser alcançada pelo Homem em vida. Tudo que temos no mundo são diferentes opiniões melhor ou pior fundamentadas, e assim, mais ou menos convincentes.
O mundo vive em constante transformação, e desta forma constantemente transforma suas “verdades fragmentadas”. Chamo de verdade fragmentada a opinião de qualquer indivíduo. Uma vez que expressa um ponto de vista, o indivíduo assume este modo de ver o mundo, esta opinião, como verdadeiro. Assim, cada indivíduo da sociedade é uma fonte de verdade relativa em relação ao mundo/universo, e é, ao mesmo tempo uma fonte de verdade absoluta para si mesmo. A Verdade sofre uma fragmentação não real, uma vez que se juntarmos as partes não equivaleria ao todo.
Cada revolução nos meios de comunicação traz uma nova técnica e um novo modo de ver e pensar o mundo. Traz um recorte da realidade já interpretado e cheio de pré-conceitos e pré-opiniões, que torna totalmente parcial o tipo de informação que será não apenas transmitida, mas também projetada nos indivíduos.
Quanto mais técnicas houver, mais opções de abordagens o indivíduo terá para escolher como forma de se posicionar e ser representado perante a sociedade. Com isso, o advento de novos meios de comunicação torna mais democrático o pertencer ideológico e abre espaço para maior participação das pessoas. Há uma multiplicação de receptores que também são fontes de opinião, logo, há uma multiplicação de verdades fragmentadas.
Conclusão: se a Verdade é uma só, e quanto mais técnicas há mais pontos de vista, mais opiniões e conseqüentes mais verdades fragmentadas, quanto mais evoluirmos no campo tecnológico das comunicações e mais plurais, diversificadas e democráticas forem as verdade fragmentadas, mais distantes estaremos da verdade absoluta.
Aline Simone Erédia
Nº USP 5649170
O mundo vive em constante transformação, e desta forma constantemente transforma suas “verdades fragmentadas”. Chamo de verdade fragmentada a opinião de qualquer indivíduo. Uma vez que expressa um ponto de vista, o indivíduo assume este modo de ver o mundo, esta opinião, como verdadeiro. Assim, cada indivíduo da sociedade é uma fonte de verdade relativa em relação ao mundo/universo, e é, ao mesmo tempo uma fonte de verdade absoluta para si mesmo. A Verdade sofre uma fragmentação não real, uma vez que se juntarmos as partes não equivaleria ao todo.
Cada revolução nos meios de comunicação traz uma nova técnica e um novo modo de ver e pensar o mundo. Traz um recorte da realidade já interpretado e cheio de pré-conceitos e pré-opiniões, que torna totalmente parcial o tipo de informação que será não apenas transmitida, mas também projetada nos indivíduos.
Quanto mais técnicas houver, mais opções de abordagens o indivíduo terá para escolher como forma de se posicionar e ser representado perante a sociedade. Com isso, o advento de novos meios de comunicação torna mais democrático o pertencer ideológico e abre espaço para maior participação das pessoas. Há uma multiplicação de receptores que também são fontes de opinião, logo, há uma multiplicação de verdades fragmentadas.
Conclusão: se a Verdade é uma só, e quanto mais técnicas há mais pontos de vista, mais opiniões e conseqüentes mais verdades fragmentadas, quanto mais evoluirmos no campo tecnológico das comunicações e mais plurais, diversificadas e democráticas forem as verdade fragmentadas, mais distantes estaremos da verdade absoluta.
Aline Simone Erédia
Nº USP 5649170
terça-feira, 15 de abril de 2008
Ponto de vista: verdade ou opinião?
O filme Ponto de vista trata sobre um atentado ao presidente norte-americano durante uma visita à Espanha. A partir desse acontecimento, o longa mostra os pontos de vista de oito envolvidos, entre eles o próprio presidente.
Platão acredita que exista uma verdade única, absoluta e ela pode ser alcançada com o fechamento dos sentidos. Para ele, a maioria dos indivíduos possui doxa, que significa opinião e mentira (conhecimento adquirido pelos sentidos e pelas imagens). Entretanto, é possível se libertar desses sentidos e alcançar a verdade absoluta e isso se dá através da episteme, que corresponde ao conhecimento e consequentemente à filosofia.
Os sofistas, baseados na afirmação de Heráclito de que tudo flui, acreditam que seja impossível alcançar a verdade, pois ela não existe. Eles afirmam que o que realmente existe é opinião, ou seja, interpretação, narrativo à respeito da verdade.
A partir de tal panorama o filme Ponto de vista pode ser interpretado de duas formas distintas e opostas. Primeiramente, pode-se afirmar que o longa segue uma linha platônica, pois existe uma verdade única, absoluta, que pode ser atingida pelo telespectador ao juntar todos os pontos de vista. No entanto, deve-se ressaltar que a pessoa que assiste ao filme não está livre de seus sentidos, e sendo assim, pode ser enganado pela pistis (conhecimento adquirido pelos sentidos) e pela eikasia ( conhecimento adquirido pelas imagens), componentes do doxa. Em oposição ao pensamento platônico o filme pode ser interpretado pela linha sofista, isto é, existem diversas opiniões, cada uma narrada de seu modo e não há uma verdade absoluta.
Acredito que a segunda linha de pensamento supracitada (sofista) seja mais viável, embora eu não desconsidere totalmente o pensamento platônico de uma verdade absoluta, que seria o assassinato do presidente norte-americano. Isso ocorre porue os oito protagonistas apresentam pontos de vista distintos, que para os sofistas (e para mim) são considerados diferentes opiniões.
Izabella B. de C. Sant'Anna
Platão acredita que exista uma verdade única, absoluta e ela pode ser alcançada com o fechamento dos sentidos. Para ele, a maioria dos indivíduos possui doxa, que significa opinião e mentira (conhecimento adquirido pelos sentidos e pelas imagens). Entretanto, é possível se libertar desses sentidos e alcançar a verdade absoluta e isso se dá através da episteme, que corresponde ao conhecimento e consequentemente à filosofia.
Os sofistas, baseados na afirmação de Heráclito de que tudo flui, acreditam que seja impossível alcançar a verdade, pois ela não existe. Eles afirmam que o que realmente existe é opinião, ou seja, interpretação, narrativo à respeito da verdade.
A partir de tal panorama o filme Ponto de vista pode ser interpretado de duas formas distintas e opostas. Primeiramente, pode-se afirmar que o longa segue uma linha platônica, pois existe uma verdade única, absoluta, que pode ser atingida pelo telespectador ao juntar todos os pontos de vista. No entanto, deve-se ressaltar que a pessoa que assiste ao filme não está livre de seus sentidos, e sendo assim, pode ser enganado pela pistis (conhecimento adquirido pelos sentidos) e pela eikasia ( conhecimento adquirido pelas imagens), componentes do doxa. Em oposição ao pensamento platônico o filme pode ser interpretado pela linha sofista, isto é, existem diversas opiniões, cada uma narrada de seu modo e não há uma verdade absoluta.
Acredito que a segunda linha de pensamento supracitada (sofista) seja mais viável, embora eu não desconsidere totalmente o pensamento platônico de uma verdade absoluta, que seria o assassinato do presidente norte-americano. Isso ocorre porue os oito protagonistas apresentam pontos de vista distintos, que para os sofistas (e para mim) são considerados diferentes opiniões.
Izabella B. de C. Sant'Anna
Verdade e opinião - Filme Ponto de Vista
A filosofia de Platão compreende a crença do pensador na existência de uma verdade, baseada na essência das coisas, no que está por trás de tudo, a Arqué, o princípio primeiro. E ao pensarmos sobre a real existência dessa verdade, pensamos sobre a real existência da realidade. O que é realidade? Esta existe independentemente do Homem?
Se refletirmos sobre tal questão com base no filme "Ponto de Vista", é possível fazer certas relações entre sua estrutura e contexto e a filosofia platônica. Acontece um fato, e este é passado sob diversos pontos de vista. Cada um mostra um aspecto diferente, e, no decorrer da história, acabam se complementando para a compreensão final da, até então, "realidade". Mas creio que isso não pode ser igualado à visão da verdade de Platão, pois, segundo este, para que aquela seja alcançada, é necessário o total desligamento do homem com seus sentidos. O ponto de vista é a visão do sujeito sobre algo, e abranje a sua opinião, tida por Platão como mentira, Doxa, a Pistis enquanto conhecimento comum adquirido através dos sentidos e a Eikasia enquanto conhecimento adquirido através das imagens. Acredito que é a estes últimos aspectos que temos acesso ao assistir o filme.
"Ponto de vista" tem sua importância ao demonstrar o quão relativo é um fato. E, sendo um filme, mostra a sua própria relevância e seu poder como meio de comunicação sobre a interpretação, opinião e visão de realidade do público-alvo. Particularmente, acredito que, por mais distintas que fossem as passagens dos pontos de vista, todas elas se voltavam para um fim comum, uma "realidade" comum: a "verdade" que os emissores (produção do filme) querem passar aos receptores (nós).
Mas isso é "só" minha "opinião".
Ana Luiza Rijo Diniz.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Nós somos a idéia
Platão acreditava que a verdade estava no mundo das idéias, e que nossa alma possuía todo o conhecimento, vindo deste mundo. Quando dentro do corpo, a alma era de tal forma rebaixada, aprisionada, que "se esquecia" do que sabia. Tal situação forçava o homem a exercitar a parte mais nobre de sua alma, a fim de recuperar seu conhecimento.
O filme Pontos de vista mostra uma situação interessante. Ao vermos a história pela câmera que acompanha um personagem específico, temos sempre uma diversidade de dúvidas, incertezas e lacunas. Tais lacunas só são preenchidas quando somamos as experiências dos personagens, em repetidas visões da "mesma" história.
Tal constatação, de que apenas atingimos a verdade após vivenciar todos os pontos de vista, ou melhor, todas as experiências sensoriais, permite que afirmemos que nenhum dos personagens conhece a verdade, porque nenhum teve a oportunidade que nós, espectadores, tivemos, de estar no mundo das idéias que é a visão do diretor. Um plano superior, atemporal, onipresente, que viu e mostrou tudo.
Neste caso, a alma no filme seria a investigação impetrada pelo personagem de Dennis Quaid, que é o personagem que mais se esclarece sobre a conspiração, a ponto de salvar o presidente no final da história. Através da investigação, Quaid se eleva aos outros personagens conforme vai esclarecendo a situação.
Desta forma, temos um cenário potencialmente platônico no filme "Pontos de Vista".
O filme Pontos de vista mostra uma situação interessante. Ao vermos a história pela câmera que acompanha um personagem específico, temos sempre uma diversidade de dúvidas, incertezas e lacunas. Tais lacunas só são preenchidas quando somamos as experiências dos personagens, em repetidas visões da "mesma" história.
Tal constatação, de que apenas atingimos a verdade após vivenciar todos os pontos de vista, ou melhor, todas as experiências sensoriais, permite que afirmemos que nenhum dos personagens conhece a verdade, porque nenhum teve a oportunidade que nós, espectadores, tivemos, de estar no mundo das idéias que é a visão do diretor. Um plano superior, atemporal, onipresente, que viu e mostrou tudo.
Neste caso, a alma no filme seria a investigação impetrada pelo personagem de Dennis Quaid, que é o personagem que mais se esclarece sobre a conspiração, a ponto de salvar o presidente no final da história. Através da investigação, Quaid se eleva aos outros personagens conforme vai esclarecendo a situação.
Desta forma, temos um cenário potencialmente platônico no filme "Pontos de Vista".
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